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Tema Anual

2016
MOVIMENTO ESCALADA: SINAL DE MISERICÓRDIA JUNTO À JUVENTUDE

Com um documento chamado Bula, o Papa Francisco proclamou o ano de 2016 como um ano de Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Logo no início do Bula Procurando Misericórdia o Papa nos lembra que “Há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai.”

 

O primeiro convite, portanto, é para uma busca da misericórdia de Deus. O ano de 2016 deveser, assim, um ano de busca da misericórdia. Um autêntico alpinista sobe as montanhas de Deus para um encontro profundo com Ele, buscando o seu rosto, o seu coração, um “olho no olho”, uma experiência profunda com o amor do Pai.

 

Onde está esta montanha? Que montanha da Misericórdia a ser escalada será esta? 

Primeiro, através do Sacramento da Reconciliação. Muitos de nós, talvez, tenham se confessado quando fizeram o encontro ou nos encontros em que serviram. Este sacramento, nunca podemos esquecer, não é castigo ou obrigação mas é abraço misericordioso do Pai que faz festa, veste roupa e sandálias novas, mata novilho gordo e convida a todos para o banquete quando o filho pródigo volta para casa (Lc 15, 11-32). Especialmente no tempo da Quaresma, devemos buscar o sacramento do perdão para fazermos a experiência deste abraço

restaurador. Se, por um lado, devemos estudar sobre a misericórdia, o essencial é esta vivência da misericórdia que, também, pode ser vivida na Leitura Orante da Palavra de Deus e na participação da Eucaristia. 

 

A espiritualidade do Escalada passa pelo deserto, não esqueçamos. Não o deserto da aridez sem fim, mas daquele silêncio de encontro, daquela busca dos Oasis de Deus, do frescor da Palavra. Se, jovens que somos, gostamos das alegrias da fé, sendo alpinistas devemos buscar o silêncio do deserto para aprofundar a experiência com Jesus Cristo.

 

Um retorno à pratica da leitura orante tão bem vivida em 2003 e 2004, ensinado aos novos e renovando nos antigos, deve ser uma profunda experiência da Misericórdia de Deus para todos os alpinistas. É na Mesa Sagrada que encontramos força para continuar escalando. Não é razoável pensar que é possível ir longe e alto sem alimento ou com alimentos errados, equivocados. Não há possibilidade de fazer escalada autêntica, buscando a misericórdia do Pai, sem o alimento do corpo e da alma que é a Eucaristia, ela mesma, sinal visível desta misericórdia desejada. A Missa dominical, ao menos, deve ser regra de ouro para todo alpinista autêntico. Confissão, Eucaristia e Leitura Orante, assim, são as fontes da misericórdia para o Movimento Escalada neste ano de 2016. Critérios por onde devemos passar para medir a nosso compromisso com o Cristo, com a Igreja e com o movimento para este ano.

 

Se fazemos a experiência da misericórdia de Deus nas montanhas do encontro, é hora de “descer para melhor servir”. Experimentadores da misericórdia que somos, precisamos ser sinal dela no meio do mundo. “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém.” Com estas palavras do Papa Francisco na continuação da Bula, somos chamados a ser, mais uma vez, “o rotos que a Igreja quer ter”.

 

É hora de perguntar onde precisamos chegar para levar a misericórdia de Deus aos jovens que ainda não a conhecem. Com certeza esta será uma demanda exigente para o ano de 2016. Existem jovens que não vivem conosco ou como nós, que estão afastados de Deus e do amor, que não têm família e amigos, que perderam o sentido da vida e a alegria de viver, que buscam a felicidade onde não podem encontrá-la e que esperam dos jovens cristãos uma decisão de ir ao seu encontro.

Estão nas “periferias existenciais” e gritam por presença, sentido e esperança. Muitas vezes com gritos mudos, violentos, agressivos. Estão nos bairros distantes mas também são os nossos vizinhos. Roubam para comprar um tênis ou compram inúmeros tênis para preencher o

vazio de sentido. Precisamos chegar a te eles. 

 

A liberdade, ousadia e criatividade propostas pela Conferência de Aparecida em 2003 devem nos indicar formas e meios de fazer este caminho do Coração de Deus ao coração do irmão. Como Movimento, não podemos nos prender à realização do Encontro Escalada, que exige tempo e estrutura. Devemos e podemos “sair da caixinha” para possibilitar este encontro.

Assim, da experiência com a misericórdia de Deus, passemos a um desejo profundo, objetivado em ações e atitudes, de ser sinais desta misericórdia junto à juventude.

 

Padre Mané

 

Salvador, 28 de outubro de 2015.

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