Calendário Temático 2025
- Movimento Escalada
- 28 de jan. de 2020
- 31 min de leitura
Atualizado: há 19 minutos
16.JUN A 22.JUN - ORAÇÃO- MIGRANTES E A PASTORAL DOS MIGRANTES: UM CHAMADO À FRATERNIDADE.
Objetivo
Refletir, à luz da oração, sobre a realidade dos migrantes e o papel da Pastoral dos Migrantes como expressão concreta do chamado cristão à Fraternidade.
Texto
Desde os primeiros séculos, a Igreja reconhece a migração como parte da história do povo de Deus. O próprio Jesus foi migrante: nasceu em um estábulo por falta de lugar, fugiu com sua família para o Egito, e viveu como peregrino. Assim, Cristo se identifica com todos os que são obrigados a partir: “Era estrangeiro, e me acolhestes” (Mt 25,35).
“A ênfase posta na sua dimensão sinodal permite à Igreja descobrir a sua natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer migrante – rumo ao Reino dos Céus”, escreve o Papa, recordando “a narração bíblica do êxodo, que apresenta o povo de Israel a caminho da Terra Prometida: uma longa viagem da escravidão para a liberdade, que prefigura a da Igreja rumo ao encontro final com o Senhor. Da mesma forma, é possível ver nos migrantes do nosso tempo, como aliás nos de todas as épocas, uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna. As suas viagens de esperança lembram-nos que «a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
A migração é uma realidade humana marcada por esperanças, desafios e dores. A cada dia, milhares de pessoas são obrigadas a deixar sua terra natal em busca de segurança e oportunidades. Diante desta realidade, a Igreja Católica se faz presente oferecendo consolo e esperança, através das ações do Serviço Pastoral dos Migrantes, que é o braço da Igreja que atua especificamente com migrantes no Brasil, promovendo acolhimento e defesa de seus direitos.
Inspirada pelo Evangelho e pela Doutrina Social da Igreja, a ação pastoral com os migrantes não é apenas um ato de caridade, mas um compromisso com a acolhida, a justiça e a dignidade humana que está acima de nacionalidade, cultura, etnia ou qualquer outra condição. Como irmãos, criados a imagem e semelhança de Deus, somos convidados a sermos sinal do Reino de Deus, onde não há exclusão, mas comunhão, solidariedade e justiça para todos.
Para o Padre Manoel Filho, o principal objetivo do trabalho com os migrantes e refugiados dentro da Igreja é: “Acolher o peregrino, ser sinal do abraço acolhedor de Jesus Cristo em um mundo que insiste em excluir. No Evangelho de Mateus, Capítulo 25, quando narra a sua volta, Jesus deixa claro que o critério que será usado conosco para o acolhimento no Reino definitivo é o da caridade: “Estive nu e me vestistes, com fome e me alimentastes, com sede e me destes de beber, doente e preso e me visitastes, peregrino e me acolhestes”. “Vinde benditos do meu Pai”.
Segundo o Papa Francisco, “o encontro com o migrante, bem como com cada irmão e irmã que passa necessidade, «é também encontro com Cristo. Foi o que Ele mesmo disse. É Ele –faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente, preso – que bate à nossa porta, pedindo para ser acolhido e assistido». Então cada encontro ao longo do caminho constitui uma oportunidade para encontrar o Senhor, revelando-se uma ocasião rica de salvação, porque na irmã ou irmão necessitado da nossa ajuda está presente Jesus. Neste sentido, os pobres nos salvam, porque nos permitem encontrar o rosto do Senhor”.
No dia em que se comemora o Dia Nacional dos Migrantes e em todos os outros dias, somos convocados a reafirmar nosso compromisso de sermos casa de portas abertas, sinal de fraternidade e justiça e a renovar nosso olhar de compaixão e solidariedade, reconhecendo a dignidade de cada migrante como irmão e irmã.
Cuidar dos migrantes é responder com fé e compaixão ao que nos pede o Evangelho. Que guiados pelo exemplo de Maria, peregrina do seu povo, possamos levar aos irmãos migrantes a esperança de viverem em um lugar onde ninguém se sinta estrangeiro.
Sugestão de Música: Cruzeiro do Sul (Grupo OPA), Teimosia (Grupo OPA), Projeto Absurdo (Grupo OPA)
Sugestão Bíblica: Mt 25,35
Sugestão de Dinâmica: Gesto concreto. Organizar uma campanha comunitária de acolhida e solidariedade aos migrantes. Buscar a Pastoral do Migrante.
Sugestão de Leitura: https://www.cnbb.org.br/servico-pastoral-do-migrante/
09.JUN A 15.JUN – COMPORTAMENTO - COMO AMAR A NÓS MESMOS E AO OUTRO INSPIRADOS PELO AMOR DE CRISTO POR NÓS?
Objetivo
Refletir sobre o amor de Cristo por nós. Um amor que conhece nossas falhas e ainda assim nos escolhe. A partir disso, pensar como temos nos amado e como temos transmitido esse amor aos outros em nossas relações.
Texto
Quando olhamos para Jesus, vemos um amor que não exige máscaras. Ele conhece cada parte de quem somos, o que mostramos e o que escondemos, e ainda assim nos ama por inteiro. Não há condição, não há troca. Cristo não nos ama porque fazemos tudo certo, mas porque somos filhos.
Mas se Ele nos ama assim, por que tantas vezes somos tão duros conosco? Por que é tão difícil aceitar nossas imperfeições, ter paciência com nossos processos, oferecer carinho a nós mesmos, nos acolher? E por que, mesmo sendo amados de forma tão plena, por vezes entregamos e aceitamos afetos tão distantes desse amor que recebemos?
Amar a si mesmo não é sobre ego, vaidade ou orgulho. É reconhecer com humildade quem somos: criaturas amadas de Deus, em processo, em construção. É cuidar do corpo, da mente e da alma como quem cuida de um dom precioso que foi confiado a si.
E a partir desse amor bem vivido dentro de nós, somos chamados a amar o outro, não de forma interesseira, mas com generosidade. Amar como Cristo amou: com presença, com escuta, com verdade.
Isso vale para todas as nossas relações: com amigos, família, cônjuge, o desconhecido... Temos levado o amor de Cristo para essas pessoas? Temos deixado que esse amor molde a forma como nos relacionamos?
Amar não é fácil. Nem a nós, nem aos outros. Mas é um caminho. E Cristo nos mostra, todos os dias, que é possível.
Que essa semana seja um convite à reconciliação com quem somos, ao cuidado com nossas feridas e à abertura para viver relações mais verdadeiras, inspiradas no único amor que é capaz de transformar tudo: o Dele.
Sugestões Bíblicas:
João 15, 9: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor.”
1 João 4, 19-21: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro.”
Mateus 22, 37-39: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração (...) e ao teu próximo como a ti mesmo.”
Sugestões de Músicas: Teu amor, Face a Face
Sugestões de Dinâmica: O que Cristo vê em mim? (reflexão + partilha)
Objetivo: Ajudar os alpinistas a se verem com os olhos de Cristo, reconhecendo sua identidade como filhos amados, acima de julgamentos e imperfeições.
Material: Espelho pequeno (ou imaginação), papéis e canetas.
Como fazer:
Entregue a cada pessoa um papel com a frase: "Cristo me ama porque...";
Peça que completem de forma sincera, tentando se ver como Jesus os vê: com misericórdia, verdade e amor;
Em seguida, passe um espelho pelo grupo (ou peça que cada um imagine estar se olhando num espelho) -> podem colocar o espelho dentro de uma folha ou bolsa, para o efeito surpresa;
Quem se sentir à vontade, pode ler sua frase em voz alta, partilhando o que escreveu.
Conclua dizendo que amar a si mesmo começa por reconhecer que somos amados por Deus do jeito que somos, com nossas luzes e sombras.
02.JUN A 08.JUN – ESTUDO – A IMPORTÂNCIA DO PENTECOSTES PARA NOSSA FÉ
Objetivo:
Aprofundar conhecimentos sobre o Pentecostes e compreender a relevância dele para a fé cristã.
Texto:
O Pentecostes é um dos momentos mais sublimes e transformadores da história da salvação. Celebrado cinquenta dias após a Páscoa, ele marca o cumprimento da promessa feita por Jesus de que enviaria o Espírito Santo para permanecer com os seus discípulos, guiando-os em toda a verdade (Jo 16,13). Mais do que uma celebração litúrgica, o Pentecostes é a manifestação do amor de Deus que se derrama sobre a Igreja nascente, tornando-a viva, ousada e missionária.
Na narrativa de Atos dos Apóstolos (At 2,1-13), vemos um grupo de discípulos ainda inseguros, reunidos em oração. De repente, um som como de um vento impetuoso enche toda a casa e línguas como de fogo pousam sobre cada um deles. Todos ficam cheios do Espírito Santo e começam a anunciar as maravilhas de Deus em diversas línguas. Este momento marca o nascimento da Igreja e o início da sua missão no mundo.
Pentecostes nos revela que a fé cristã não pode ser vivida apenas na intimidade e no silêncio: ela precisa ser anunciada com coragem. O Espírito Santo é aquele que transforma corações, remove o medo, inspira palavras e impulsiona ações. Ele capacita os batizados a viverem como verdadeiras testemunhas de Cristo, em todas as realidades e culturas.
Desde o Pentecostes até hoje, é o Espírito Santo sustenta e guia a Igreja. Ele age na liturgia, nos sacramentos, nos carismas, na Palavra proclamada e também no silêncio do coração orante. Os sete dons do Espírito — sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus — são infundidos em nós no Batismo e fortalecidos na Crisma, para que possamos crescer em santidade e maturidade espiritual.
Cada dom tem um papel específico em nossa vida de fé:
Sabedoria: nos faz saborear as coisas de Deus e ordenar nossa vida segundo o bem maior.
Entendimento: ilumina nossa mente para compreender o sentido profundo das verdades da fé.
Conselho: nos orienta nas decisões difíceis, nos conduzindo pelo caminho da justiça e do amor.
Fortaleza: nos dá coragem para enfrentar provações, perseguições e manter a fidelidade a Deus.
Ciência: nos ajuda a reconhecer a presença de Deus nas realidades do mundo e a distinguir o bem do mal.
Piedade: desperta em nós o amor filial por Deus e a ternura fraterna pelos irmãos.
Temor de Deus: não é medo, mas reverência, zelo e desejo de não ofender aquele que nos ama profundamente.
Além dos dons, o Espírito Santo também se manifesta com os dons carismáticos (ou efusos), voltados ao serviço da comunidade, como profecia, línguas, cura, milagres e discernimento. Esses dons são sinais de que Deus continua a agir com poder em sua Igreja, suscitando testemunhas vivas do Evangelho.
Hoje, Pentecostes é para nós um apelo contínuo à conversão do coração e à abertura à ação do Espírito. Em um mundo marcado por individualismo, indiferença e superficialidade, somos chamados a viver sob a condução do Espírito, que é fonte de unidade, comunhão, criatividade e renovação.
O Espírito Santo nos é dado para sermos missionários. Ele nos convida a sair, como Igreja em saída, e anunciar a Boa Nova com a vida, com os dons recebidos e com o testemunho de santidade.
Celebrar o Pentecostes é permitir que Deus realize em nós um novo derramamento do Espírito. É desejar, com ardor, que nossas palavras e atitudes reflitam a presença viva de Jesus. É pedir: “Vinde, Espírito Santo! Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!”
Sugestões de Músicas: Deus; Queima de Novo (Colo de Deus).
Sugestão Bíblica: Jo 16, At.2.
22 .MAI A 31 .MAI - ORAÇÃO - NOVENA NOSSA SENHORA DO ESCALADA
19.MAI A 25.MAI - COMPORTAMENTO - ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DO SIM EM NOSSA CAMINHADA DE FÉ
Objetivo
Refletir sobre a responsabilidade de aceitar os serviços para a obra de Deus e entender melhor quando devemos dizer ”sim” em nossas práticas religiosas.
Texto
Quando fazemos a escolha de seguir a Jesus Cristo, temos a importante missão de levar sua palavra às pessoas ao nosso redor e no mundo inteiro, e também de manter viva as obras concretas de nossas comunidades. O chamado dos apóstolos se estende até os dias atuais, em que temos o compromisso de servir a Cristo através de obras de misericórdia com invisibilizados e fortalecimento da Igreja. Tendo isso em vista, é preciso pensar: qual a relevância que estamos dando aos chamados para servir a Deus?
No momento em que somos convidados para estar presentes em ações da nossa igreja através de pastorais, de serviços durante a missa, ou até nas nossas atividades enquanto Movimento Escalada, nos deparamos com a responsabilidade de fazer algo concreto que servirá para fortalecer de alguma forma a nossa caminhada de fé. Ao dizermos “sim” para servir, seja algo momentâneo como entregar os folhetos da missa ou mais trabalhoso como participar da equipe de um encontro que leva nosso carisma a tantos jovens, estamos lidando com o propósito de elevar ao próprio Cristo as nossas ações, para que o nome Dele cresça através do que fazemos.
Entendendo que aceitar a proposta de servir a Deus vem acompanhada de desafios e complicações, é preciso estar em busca de um fortalecimento da fé e da compreensão de que a intenção daquela missão é para o engrandecimento da obra de Deus. A partir disso, devemos observar quais são os momentos em que estamos dizendo “sim”, se estamos conscientes da importância deles e o quanto precisamos estar presentes e perseverantes na fé para executá-los.
Sugestão Bíblica: At, 20:35; Gálatas, 1:10; Mc, 10: 42-45.
Sugestão de Música: Serviço, Vocação, Enquanto há Deus há missão, Jeito de Viver, Desafio, Pra quem eu sou, Amor em Movimento, Todos os Sinais, Entrega
12.MAI A 18.MAI - TEMA LIVRE
05.MAI A 11.MAI - ESTUDO - CONHECENDO A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Objetivo
Entender do que se trata e qual a importância da Doutrina Social da Igreja.
Texto
A Doutrina Social da Igreja é um compilado de ensinamentos encontrados em encíclicas, constituições apostólicas e na própria Bíblia.
Como o próprio nome indica, se trata da doutrina da Igreja acerca dos aspectos sociais. É a Igreja cumprindo seu papel de ser sal da terra e luz do mundo denunciando de forma profética as injustiças sociais e apresentando diretrizes para uma vivência em comunidade de modo a refletir os valores do Reino de Deus.
Ao contrário do que muitos ensinam, a Igreja não traz uma perspectiva partidária política, nem se propõe a criar um novo sistema econômico ou social, seu objetivo é apontar caminhos para uma sociedade mais justa, à luz dos ensinamentos de Jesus.
Alguns documentos são muito importantes para essa compreensão:
A encíclica Rerum Novarum, por exemplo, escrita pelo papa Leão XIII, em defesa dos direitos dos trabalhadores, abordando as condições dos operários na era da industrialização, buscando ainda proclamar a justiça social como um princípio fundamental, norteando as relações.
Outro documento importante para a DSI é a encíclica Quadragesimo Anno, do Papa Pio XI, que fala da necessidade de uma restauração da economia que parta não da luta de classes, mas da cooperação entre as classes.
Também a Centesimus Annus trata de questões semelhantes. Escrita por São João Paulo II, a encíclica traz a relevância da propriedade privada para a sociedade, ao tempo em que também condena o lucro desenfreado.
Não podemos deixar de lembrar da Laudato Si’, do Papa Francisco, que trata da necessidade de cuidado para com a Casa Comum.
A Doutrina Social da Igreja é de uma grande riqueza para a sociedade e conhecê-la é um primeiro passo para a transformação de um mundo mais justo
Sugestões de Músicas: Novo Tempo, Claridade, Milhões
28.ABR A 04.MAI - COMPORTAMENTO - JESUS ACOLHEU A TODOS, E NÓS?
Objetivo
Fazer uma reflexão sobre como Jesus acolheu todas as pessoas sem distinção alguma em seu período e como ele abraçava TODOS e como nós, cristãos devemos seguir esse exemplo e principalmente, a diversidade em todas as suas dimensões: Pessoas LGBTQIAPN+, Pessoas Negras, Pessoas com Deficiência, Pessoas Neurodivergentes (autistas, TDAH, TAG, Depressão) e pessoas com diferenças socioeconômicas.
Texto
A palavra diversidade vem do latim diversitas, atis, que significa variedade, diferença, mudança. Essa pluralidade se manifesta em diversas dimensões: socioeconômica, racial, neurodivergente e de deficiência. Todos nós somos plurais. Essa realidade já estava presente na Bíblia, onde pessoas de diferentes regiões tinham formas distintas de pensar e agir. O próprio Jesus fez parte dessa diversidade, pois desafiava o governo e a religião estabelecida pelos fariseus da época.
Jesus veio ao mundo com a missão de nos salvar espiritualmente e, em sua jornada, se aproximou de todas as pessoas, sem distinção. Ele caminhava ao lado de pecadores, prostitutas, leprosos, pessoas com deficiência e todos aqueles que eram marginalizados e excluídos pela sociedade. Se Jesus conseguiu acolher a todos, olhando para suas almas com amor e compaixão, por que ainda fazemos distinções, julgamos e afastamos nossos irmãos? Seu convite sempre foi claro:
“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11,28)
O acolhimento é um princípio cristão, instituído pelo próprio Jesus, que em toda a sua trajetória olhou para o coração das pessoas, enxergando nelas o desejo de serem salvas e amadas. Hoje, como Igreja, somos chamados a continuar essa missão, sem exceção. A diversidade faz parte do plano divino. Se Deus, Pai bondoso e misericordioso, nos criou diversos, como poderíamos negar o amor e o acolhimento uns aos outros? Acolher pessoas diversas não significa abrir mão dos princípios cristãos, mas vivê-los em sua essência mais profunda: o amor incondicional, a dignidade da pessoa humana e a justiça. Como afirmou o Papa Francisco:
“A Igreja não é um refúgio para pessoas perfeitas, mas para os pecadores que querem encontrar misericórdia.” (Evangelii Gaudium, 47)
O padre Luís Corrêa de Lima, jesuíta e historiador, ao falar sobre a homossexualidade na história da Igreja, lembra que a sexualidade não é uma escolha, mas parte da identidade de cada um desde o nascimento. Muitos testemunhos relatam as dificuldades e preconceitos enfrentados por pessoas LGBTQIAPN+, mostrando que sua existência não é um erro, mas uma realidade dada por Deus.
A diversidade é vasta e não podemos presumir que todos ao nosso redor compartilham das mesmas oportunidades. O que foi fácil para um pode ter sido extremamente difícil para outro. Pessoas negras, quando não estão bem vestidas, muitas vezes carregam olhares desconfiados ao entrarem em certos espaços e se perguntam: “Eu deveria estar aqui?” Pessoas com deficiência enfrentam barreiras diárias, inclusive a falta de acessibilidade dentro das próprias igrejas.
Nosso compromisso, como cristãos e como Igreja, deve ir além das palavras. Precisamos construir comunidades verdadeiramente acolhedoras, onde pessoas LGBTQIAPN+, negras, indígenas, neurodivergentes, pessoas com deficiência e aquelas em vulnerabilidade econômica sejam tratadas como Jesus nos ensinou: com respeito e amor.
Se Jesus acolheu a todos, por que nós não?
Sugestões Bíblicas:
Mateus 25,35-40 – "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era estrangeiro, e me acolhestes."
Gálatas 3,28 – "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
Lucas 14,13-14 – "Mas, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, porque eles não têm com que te retribuir."
Observação: ao utilizar a passagem de Lucas, tenham cuidado com as palavras coxo e aleijados, porque são palavras não mais utilizadas no vocabulário e que são erradas de serem utilizadas.
Exemplos Práticos
São Francisco de Assis – Considerado um dos santos mais inclusivos, São Francisco se dedicou aos pobres, leprosos e marginalizados. Ele enxergava a dignidade em todas as pessoas e chamava todos de "irmãos", independentemente de sua condição social.
Diversidade Cristã – Grupo de Pessoas Diversas (com um foco maior em pessoas LGBTQIAPN+) que existe na Paróquia Ascensão do Senhor, onde todas as pessoas são bem vindas, para ouvir os momentos de partilha, aprender, como também compartilhar e se sentir bem-vindo tanto no grupo quanto na paróquia
São Martinho de Lima – Filho de uma ex-escravizada e de um espanhol, Martinho sofreu preconceito, mas se dedicou ao cuidado dos doentes e marginalizados, especialmente indígenas e negros.
Santa Dulce dos Pobres – O "Anjo Bom da Bahia" acolheu pessoas em situação de rua, doentes e abandonados. Seu amor pelos excluídos é um exemplo de como a Igreja deve estar próxima dos que mais sofrem.
Obras Lumen – É uma comunidade que acolhe pessoas em situação de rua, oferecendo abrigo, apoio social e evangelização.
Irmã Jeannine Gramick e o Ministério New Ways – A Irmã Jeannine Gramick é uma freira católica que, desde os anos 1970, tem trabalhado no acolhimento de pessoas LGBTQIAPN+ dentro da Igreja. Ela cofundou o New Ways Ministry, uma organização católica dedicada à inclusão de fiéis LGBTQIAPN+, promovendo diálogo e acolhida pastoral.
Dom Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa – O cardeal português Dom Manuel Clemente defende que a Igreja deve "acolher a todos com misericórdia", inclusive pessoas LGBTQIAPN+. Em sua participação no Sínodo dos Jovens (2018), ele enfatizou que ninguém deve se sentir excluído da fé católica por causa de sua identidade ou orientação sexual.
Papa Francisco – Seu pontificado tem sido marcado pelo acolhimento de todas as pessoas. Ele já disse frases como:
● "Quem sou eu para julgar?" (sobre pessoas LGBTQIAPN+)
● "Cada ser humano tem o direito de viver com dignidade e de se desenvolver integralmente" (Fratelli Tutti, 107).
● Criou um departamento dentro do Vaticano para garantir maior inclusão e acolhimento às pessoas com deficiência.
Sugestões de Dinâmicas:
“O olhar de Jesus”: Com uma distribuição de cartões com perfis diversos (exemplos: uma pessoa trans participando pela primeira vez do Encontro do Escalada, uma pessoa cega participando pela primeira vez de algo dentro das paróquias, uma pessoa com dificuldade socioeconômica querendo participar do Movimento Escalada). Cada participante deve refletir e responder “Como Jesus acolheria essa pessoa dentro do Movimento, na paróquia, na vida? E como eu posso acolher essas pessoas?”
Espaço de partilha onde as pessoas possam falar sobre momentos em que se sentiram acolhidos ou excluídos na Igreja ou em pastorais e movimentos.
Sugestões de Músicas: Identidade, Braço Forte, Ser Cristão, Projeto Absurdo (Grupo Opa), Todos Nós (Grupo Opa), Seu Nome é Jesus Cristo
Sugestões de Oração: Oração de São Francisco
Referências Utilizadas: Youcat | Páginas 202/203, Docat | Páginas 214/215, Evangelii Gaudium, 47, https://www.ihu.unisinos.br/648375-homossexuais-no-sacerdocio-portas-entr eabertas-artigo-de-luis-correa-lima#:~:text=Assim%20como%20em%20outra s%20%C3%A1reas,%2C%2003%2D02%2D2025.
https://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/24408-a-igreja-e-os-homossexuais-ent revista-com-luis-correa-lima
21.ABR A 27.ABR - ORAÇÃO - EUCARISTIA: O ENSINAMENTO DEIXADO POR JESUS ANTES DA RESSURREIÇÃO
Objetivo
Em oração, pensar sobre a importância da eucaristia em nossas vidas, como ela pode aprofundar nossa relação com Jesus e nos lembrar Sua vida.
Texto
A Eucaristia é um sacramento profundamente significativo, pois, ao ser instituída por Jesus, ela antecipa seu sacrifício na cruz e a vitória da ressurreição. Nesse contexto, Jesus se revela como o verdadeiro cordeiro imolado, um plano divino que remonta à fundação do mundo. Por meio da Eucaristia, Ele expressa o sentido salvífico de sua morte e ressurreição, mostrando como Sua morte tornou-se um ato supremo de amor e libertação para a humanidade.
Após a consagração, quando o sacerdote exclama “Mistério da fé!”, proclama o mistério celebrado e manifesta o seu encantamento diante da conversão substancial do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor Jesus, realidade esta que ultrapassa toda a compreensão humana. A Eucaristia é, portanto, o “mistério da fé” por excelência, e a fé da Igreja é essencialmente ligada a ela, sendo alimentada de maneira especial na mesa eucarística.
A relação entre fé e sacramentos é fundamental na vida da Igreja. A fé, que é despertada pela palavra de Deus, se fortalece por meio da graça que encontramos nos sacramentos. O rito e a fé se complementam, com a Eucaristia ocupando o lugar central na vida eclesial. Quanto mais viva for a fé eucarística entre os fiéis, mais profunda será sua participação na missão de Cristo.
“Toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo”. (Sacramentum caritatis)
Sugestão de Leitura: João 6, 47-58 | Mateus 26, 26-29 | 1 Coríntios: 11, 23-26
Sugestão de Música: Sacramento da comunhão, Mar de vida, Unidade e Banquete Pascal, Sintonia
Sugestão de Oração: Leitura orante (Lc 24, 13-35) | Oração ao coração de Jesus na eucaristia | Oração a Jesus sacramentado | Oração a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento.
14.ABR A 20.ABR - TEMA LIVRE - SEMANA SANTA - INCENTIVAR PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES PAROQUIAIS
07.ABR A 13.ABR - ESTUDO - ECOLOGIA INTEGRAL - AMBIENTAL, SOCIAL, ESPIRITUAL
Objetivo: Aprofundar o conhecimento sobre o tema da campanha da fraternidade 2025 e propor uma reflexão sobre a nossa participação no cuidado com a criação de Deus.
Texto:
A Campanha da Fraternidade tem como base alguns objetivos a serem refletidos e trabalhados durante o período quaresmal. Possuindo a Quaresma três pilares (oração, penitência e caridade), a CF se baseia no princípio da caridade, sempre trazendo à Igreja no Brasil uma temática que se relaciona com o cuidado para com o outro, refletindo a dimensão social do Evangelho.
Esse ano, a Igreja nos propõe refletir acerca da Ecologia Integral, ou seja, o cuidado para com a nossa Casa Comum, a Criação entregue por Deus aos nossos cuidados.
A Ecologia Integral é uma questão importante para nós, cristãos, por duas razões essenciais. A primeira, é o fato da Criação não se tratar de uma propriedade humana, mas um bem em si mesma, criado por Deus. A Natureza possui uma dignidade própria, tendo Deus dito que "tudo que fez era bom", como podemos ler em Gênesis 1. Devastar a Criação é um ato de violência para com um presente de Deus.
A Bíblia nos ensina que a Criação espera pela manifestação dos filhos de Deus, (Romanos 8, 19-24), ou seja, é uma missão para nós, batizados, refletirmos a vontade de Deus em relação à Natureza e cuidar dela como fiéis administradores de bens que não nos pertencem.
A Criação é tão querida por Deus, que Ele se chega até nós através dela mesma. Jesus veio ao mundo se encarnando no seio de Maria, utilizou-se de todos os bens criados, assim como nós, teve fome, sede, sono, etc. Além do mais, Ele vem até nós pelos sacramentos de forma totalmente relacionada com a Criação. Nos entrega o Espírito através da água, da imposição de mãos do óleo e, principalmente, nos entrega seu Corpo e Sangue através de Pão e Vinho.
A outra questão, se relaciona com o outro, considerando que a devastação da Natureza atinge diretamente bilhões de seres humanos ao redor do mundo. Os problemas ecológicos afetam a saúde, alimentação, moradia e qualidade de vida das pessoas, ignorar a questão climática é ignorar nosso dever de caridade para com o próximo, que é nosso irmão.
O Papa Francisco nos ensina na encíclica Laudato Si', que trata da questão ecológica, que a missão dos cristãos, ao lado de todas as pessoas de boa vontade ao redor do mundo, independentemente de suas crenças, é pelo cuidado para com a Casa Comum, tanto em sentido individual, mas, principalmente, em sentido coletivo e político.
O papa denuncia que vivemos em um sistema de exploração que se trata de um pecado contra Deus. Um sistema que sacrifica a vida de bilhões para o lucro desenfreado de tão poucos.
Dessa forma, há duas frentes que precisamos assumir enquanto discípulos de Jesus em relação à questão ecológica. A primeira se trata das atitudes individuais, o cuidado diário com a Natureza através de ações como reciclagem, diminuição do consumo desenfreado, reaproveitamento de bens, etc.
No entanto, o papa também nos alerta para as atitudes coletivas, tendo nós a consciência de que, enquanto o sistema econômico atual existir, será impossível uma relação cristã com a Criação.
É necessário também o nosso papel pressionando as autoridades, escolhendo sabiamente nosso voto, engajando-se em grupos organizados que lutem pela causa ecológica e tomando atitudes conscientes para idealizar e concretizar um mundo mais justo, que reflita os valores do Reino de Deus, e não os valores do amor ao dinheiro.
A questão ecológica também está totalmente relacionada com a Cruz do Ser Pessoa, na nossa relação com o outro, que deve estar ao nosso lado, para que possamos lutar para que todos tenha acesso à água potável, à moradia, para que o descarte incorreto do lixo não lhes traga doenças, para que não morram de fome, para que não se desloquem de suas casas em razão do aumento do nível do mar e tantas outras desgraças que ocorrem a bilhões de pessoas feitas à imagem de Deus.
Também está na nossa relação com as coisas do mundo, que não devem ser colocadas acima do outro, nem de nós mesmos e nem do próprio Deus. Para isso, devemos cuidar da Criação como um presente dado pelo Pai e entendendo que todos os recursos existentes devem ser utilizados para a sobrevivência com dignidade de todos os seres humanos.
Sugestão Bíblica: Gn 1:31, Salmo 19:1, Gênesis 1:28, Salmo 104:24-25
Sugestão de dinâmica: Propor uma ação concreta de solidariedade e/ou um gesto ecológico e sustentável.
Exemplos:
Promover mutirões de limpeza em praças, rios e ruas do bairro.
Incentivar o uso consciente da água, energia e a separação de lixo em casa e na comunidade.
Sugestão de Músicas: Salve a Natureza Humana - Grupo OPA; Terra Molhada; Vem da Terra; Todos Nós.
Sugestão de Leitura:
Link com o PDF do texto base da CF 2025: https://paroquiasaojudastadeusc.org.br/images/CampanhasFraternidade/2025/CF_2025_-_TEXTO_BASE_-_Resumo.pdf
31.MAR A 06.ABR - COMPORTAMENTO - COMO VIVER BEM A CONFISSÃO À LUZ DA CRUZ DO SER PESSOA
Objetivo: Refletir sobre como podemos ter uma reconciliação sincera com Cristo a partir das vertentes do nosso carisma presentes na Cruz do Ser Pessoa.
Texto:
PARTE I - As tentações do nosso dia a dia
Mateus 4,1-11 – A Tentação de Jesus no Deserto
1 Então Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 Jejuou quarenta dias e quarenta noites, e, por fim, teve fome.
3 O tentador aproximou-se e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães."
4 Mas Jesus respondeu: "Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.’"
5 Então o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo 6 e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.’"
7 Jesus respondeu-lhe: "Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor, teu Deus.’"
8 Novamente, o diabo levou-o a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória,
9 e disse-lhe: "Eu te darei tudo isso, se, prostrando-te, me adorares."
10 Então Jesus lhe disse: "Vai-te embora, Satanás! Pois está escrito: ‘Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele prestarás culto.’"
11 Com isso, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram e o serviram.
Estamos vivendo o período quaresmal do ano de 2025, período este que revivemos o caminho até a cruz de Cristo. Este é um período de profunda oração e devoção ao Sagrado Coração de Jesus, no qual, pedimos para que estejamos sempre unidos, lado a lado com ele.
E por estarmos em profunda união e devoção com Ele, neste período, a força do mal também nos desafia. Talvez de formas que nem percebemos e que acabamos nos afastando do nosso norte: Jesus Cristo.
Por exemplo, na passagem Mateus 4,1-11 acima, podemos ver 3 tentações diretas com o nosso dia a dia.
Prazer – O diabo sugere que Jesus transforme pedras em pão, simbolizando a busca pelo conforto imediato. Mas Jesus ensina que a verdadeira satisfação vem de Deus.
Poder – Satanás pede que Ele se jogue do templo para provar sua grandeza. Jesus rejeita o orgulho e mostra que a confiança em Deus é suficiente.
Posse – O inimigo oferece todos os reinos do mundo em troca de adoração. Jesus reafirma que só Deus merece nossa entrega total.
Quantas vezes buscamos o conforto imediato? Quantas vezes queremos mostrar nosso poder e vaidade? Quantas vezes estamos mais preocupados em ter do que em ser?
PARTE II - A confissão é um caminho de liberdade
É importante que reconheçamos isto para Deus, e que não guardemos apenas os arrependimentos de sermos assim, nos nossos corações. Existe um lugar em que este peso dos nossos erros pode ser dividido e curado com Jesus: O Sacramento da Confissão.
“Ali permitimos ao Senhor que destrua os nossos pecados, sare o nosso coração, nos levante e abrace, nos faça conhecer o seu rosto terno e compassivo. Na verdade, não há modo melhor de conhecer a Deus do que deixar-se reconciliar por Ele, saboreando o seu perdão. Por isso, não renunciemos à Confissão, mas descubramos a beleza do Sacramento da cura e da alegria, a beleza do perdão dos pecados.” Papa Francisco, Bula de convocação do Jubileu de 2025.
Sabemos que para se preparar bem para uma confissão, devemos avaliar a nossa consciência, entretanto, em primeiro lugar, devemos nos reconhecer enquanto Alpinistas e nos lembrar de um tesouro que nos foi apresentado: a cruz do Ser Pessoa.
No perfeito equilíbrio da cruz do Ser Pessoa, podemos refletir sobre “onde a minha cabeça está quando a minha cruz não está equilibrada?”.
Eu com Deus: Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade? Participo da Missa dominical e nos dias de preceito? Começo e termino o meu dia com a oração? Invoquei em vão o nome de Deus e de Maria? Envergonho-me de me apresentar como cristão? O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço? Revolto-me diante dos desígnios de Deus? Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?
Eu com o outro: Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo? Julgo sem piedade, tanto em pensamento quanto com palavras? Caluniei, roubei ou desprezei os meus irmãos? Sou invejoso ou parcial? Ajudo os pobres e os doentes? Sou honesto e justo com todos ou alimento a "cultura do descartável"? Instiguei os outros a fazer o mal? Honro e respeito os meus pais? Desperdicei o dom da vida? Respeito o ambiente?
Eu comigo: Sou um pouco mundano e pouco crente? Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me? Preocupo-me em excesso com os bens materiais? Como uso o meu tempo? Sou preguiçoso? Procuro sempre servir? Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações? Nutro vinganças, alimento rancores? Sou manso, humilde, construtor de paz?
PARTE III - Deserto e coragem
Realizar o deserto sobre o equilíbrio da sua cruz pode ser uma experiência de encontrar onde ficam as dores da sua alma e ter coragem de se colocar à disposição de Jesus em confissão demonstra a mais profunda humildade de se admitir frágil, pequena e pecadora diante do Nosso Senhor Jesus Cristo e de tudo que ele pode transformar em nós.
E para aqueles que confessam, lembrem-se sempre da fala do Papa Francisco no livro “Quem sou eu para julgar?”: "Os confessores que não têm essa atitude do pai do filho pródigo caem num perigo: o de serem tão rigorosos quanto os laxistas. Nenhum dos dois entende a misericórdia de Deus."
Ele alerta que o padre, ao ouvir a confissão, deve ser um instrumento da misericórdia divina, e não um juiz severo ou alguém indiferente. Para o Papa Francisco, a confissão é um encontro com o amor e o perdão de Deus, e os sacerdotes precisam estar prontos para acolher os fiéis com essa mesma misericórdia. Caso contrário, não deveriam se dirigir para confessar naquele momento.
Sugestão de Dinâmica: Deserto individual sobre equilíbrio da cruz do Ser Pessoa
Sugestão de Músicas: Eu e o mundo, Flor do Perdão, Perdão (Pelo que não faço), Farol de Deus.
24.MAR A 30.MAR - COMPORTAMENTO – MISERICÓRDIA COM OS INVISIBILIZADOS
Objetivo
Nos convoca a refletir sobre nossa responsabilidade como cristãos frente ao outro que está ao nosso lado em situação de vulnerabilidade social.
Texto
A palavra Misericórdia vem do latim Misere (miséria) + cordis (coração). Analisando a partir de sua origem, agir com misericórdia seria portanto ter o nosso coração sentindo a causa do pobre.
Apesar de muitas vezes o senso comum nos levar a interpretá-la como “sentimento de pena para com o outro”, a misericórdia no contexto bíblico e católico é certamente muito mais do que isso. O misericordioso é aquele que está atento à infelicidade, à dor ou ao mal sofrido por outra pessoa, e a partir disso, motiva em si mesmo um impulso altruísta, um desejo de mudança. A misericórdia está diretamente ligada a um compromisso ativo com a justiça e a defesa dos marginalizados.
Porém, enquanto a justiça pura e simples prega que as consequências das ações sejam aplicadas de forma proporcional, a misericórdia propõe a oferta do perdão. O misericordioso busca perdoar e aliviar o sofrimento do seu irmão, mesmo nas situações em que a justiça poderia exigir punição.
Salmos 103:8-11
“O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades".
Vemos essa dualidade entre justiça x misericórdia, presente na bíblia, onde somos apresentados a um Deus que é justo, mas também cheio de misericórdia. E o que isso nos ensina? Que embora a justiça seja importante, a misericórdia deve prevalecer.
Lucas 6:36-38
"Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês. Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês".
Jesus Cristo é o nosso maior exemplo de misericórdia. Podemos lembrar da Cura aos Leprosos (Mateus 8: 2-4, Marcos 1: 40-44), ao tocar um homem leproso e restaurou sua saúde, dignidade e reintegração a sociedade na época. A multiplicação dos pães e peixes (Marcos 6: 30-44), ao ver uma grande multidão com fome teve compaixão daquelas pessoas.
E o bom samaritano (Lucas 10: 25-37), quando um homem é atacado por ladrões e é deixado quase morto na estrada. Então, um samaritano que era considerado inimigo dos judeus, o ajuda e cuida das suas feridas. Nos mostrando que a misericórdia é para todos independente da origem ou condição social.
Esses e outros exemplos refletem como Jesus em sua eterna compaixão e amor ao próximo curava e acolhia a todos e principalmente os mais necessitados e invisibilizados ao seu redor.
Quando se trata das populações invisibilizadas, como moradores de rua, pessoas em situação de vulnerabilidade social e aqueles que sofrem com a exclusão e o abandono, somos convidados a uma missão ainda mais importante, pois para agirmos com misericórdia bíblica, precisamos superar um primeiro desafio que é enxergá-los. Enxergá-los como pessoas, como irmãos, como iguais a nós. Enxergá-los para além dos seus pecados. Enxergá-los com o coração, com o amor que Jesus nos ensinou. Somente dessa forma a nossa resposta de misericórdia será capaz de ir além de fornecer esmolas, se torna um motor para a ação social e a transformação comunitária.
Sugestão Bíblica: (Mt 9,12 -13).
Sugestão de Música: Os meninos da nova terra
17.MAR A 23.MAR – ORAÇÃO – ORAÇÃO E DEVOÇÃO A SÃO JOSÉ
Objetivo
Identificar, em oração, aspectos da vida de São José que possam ser valiosos para a nossa, e encontrar maneiras de pedirmos por sua intercessão.
Devoção a São José
São José é conhecido como pai terreno, ou putativo, de Jesus Cristo e esposo da Virgem Maria, guardião das famílias. Ao receber a notícia de que Maria estava grávida, sem que ele tivesse tido qualquer participação na concepção, ficou pertubado e foi através de suas orações que recebeu a resposta de que aquela gestação era fruto do Espírito Santo, sendo um grande exemplo para nós de obediência e fé.
A devoção a São José é uma das mais fortes e bonitas, pois se trata do pai do Filho de Deus. Ser seu devoto não está apenas ligado a realizar as suas orações, mas também ter uma dedicação diária a fim de estar cada vez mais próximo dele.
Trata-se de uma devoção que nos auxilia a equilibrar nossa cruz do ser pessoa, por conta das virtudes que ela nos apresenta: humildade, Deus no topo de nossa cruz, perdão, nos colocando lado a lado com o outro e o desprendimento, que faz com que não fiquemos presos às coisas do mundo.
Portanto, ao pedirmos a intercessão de São José temos que ser uma pessoa em oração, pois sua devoção traz um estilo de vida de desapego e adoração a Deus. Ele aceitou o pedido do Criador para cuidar de seu precioso tesouro: Seu Primogênito.
Santa Teresa de Ávila, a primeira doutora da Igreja, disse: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”. E declarava que: em todas as suas festas lhe fazia um pedido e que nunca deixou de ser atendida. Ensinava ainda que cada santo nos socorre em uma determinada necessidade, mas que São José nos socorre em todas.
Existem diversas formas de exercer a devoção a São José, como por exemplo os 7 domingos em honra a São José, O cordão de São José, Novena do manto sagrado a São José, Consagração a São José, São José dormindo e terço de São José.
São José é exemplo aos trabalhadores, na família, à vida religiosa e ser devoto dele é ser íntimo de Deus, desejar ser sempre obediente, fiel, orante e crescer nas suas virtudes. Muitas coisas podem nos afastar dessa devoção, como tudo aquilo que atenta contra a paternidade, pureza e o que não favorece a virtude da castidade. Sigamos o exemplo de São José como norte para subir a montanha e descer para melhor servir.
Sugestão Bíblica: Mateus 1, 18-25; Mateus 2, 13-23.
Sugestão de Músicas: José (grupo OPA), Valei-me São José (Ricardo Sá); Pai de Jesus - São José (OPA).
Sugestão de Dinâmica: tendo em vista que é um tema voltado à oração, a condução pode escolher uma Oração por intercessão de São José (vide sugestão de Oração), e meditar por meio de uma Leitura orante. Para tanto, se recomenda diminuir a luz do ambiente para auxiliar na concentração, estimular posição confortável e com música ambiente.
Sugestão de Oração: Terço de São José; Ladainha a São José; Bendito sejas São José; Oração a São José (São Pio X); Novena de São José; São José dormindo(pedidos aos pés de São José).
10.MAR A 16.MAR - TEMA LIVRE
03.MAR A 09.MAR - ESTUDO – QUARESMA – UM TEMPO DE APROFUNDAMENTO PARA OLHAR COM CUIDADO A CRIAÇÃO
Objetivo
Aprofundar o conhecimento sobre o período da quaresma e motivar os alpinistas a exercerem seus pilares (jejum, oração e penitência), louvando pela beleza da criação.
Quaresma
Ao longo desses dias, começamos a nos preparar para a festa mais importante do calendário litúrgico cristão: a Páscoa. Essa preparação é o que caracteriza o tempo da Quaresma, um período de 40 dias em que somos convidados a fazer uma revisão de nossas vidas e vivenciarmos fortemente o Evangelho. Pautados nos pilares da oração, jejum e esmola, viveremos um tempo de conversão ao Senhor e ao que Ele quer de nossa vida no mundo, buscando, também, o perdão dos pecados. Como traz o Papa Francisco, a igreja nos convida a “preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte”. Em especial, com o ano jubilar, peregrinamos juntos para exercitar fortemente o nosso carisma no tempo quaresmal.
A quaresma é também tempo especial para que possamos descobrir o sentido do sofrimento e da morte do senhor, assim como entender melhor a maldade e crueldade do pecado grave, redescobrindo a grandeza do amor de Deus por nós. A Quaresma é um tempo litúrgico, de graça e santificação. Não é um tempo de tristeza e sim favorável à oração, aprofundamento e renovação da vida cristã. Para bem vivermos o período quaresmal é importante praticar o jejum, a penitência e a caridade. Atos que nos ajudam a colocar Deus na parte de cima da Cruz do Ser Pessoa. O jejum nos ajuda a refletir e a vencer tudo aquilo que está em excesso em novas vidas e retira nosso olhar para Deus, como o uso exagerado de redes sociais, jogos online, alimentos não saudáveis e hábitos que nos afastam da oração. O jejum poderá nos ajudar a substituir um hábito por um momento de oração e conexão por Deus, por exemplo.
A penitência é um sacramento que a igreja nos proporciona para que estejamos mais perto de Deus. Temos a oportunidade mais forte neste tempo de curarmos nosso coração da mancha do pecado, da falta de perdão e de rezar para aprofundar nossa relação com o divino, fortalecer a nossa fé e a equilibrar nossa cruz. A caridade é a ação do amor de Deus através de nós, é o que move nossa alma para acolher o próximo. A caridade pode ser exercida de muitas maneiras desde alimentar o próximo que não tem a comida até acolher pessoas tristes, desesperançosas, perdoar e ter o coração movido pelo Espírito Santo e pela compaixão. Em 2025, O Papa Francisco nos convida a caminhar juntos na esperança, para que o tempo quaresmal seja também de graça e transformação “caminharemos juntos na esperança”.
A cada ano a igreja do Brasil (CNBB) escolhe um tema e um lema para a campanha da fraternidade no período quaresmal e em 2025 foi escolhido o tema Fraternidade e Ecologia Integral e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Com o objetivo de “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”.
O tema foi escolhido principalmente devido a eventos marcantes de 2025, como os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, e os 10 anos da encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.
Para nós, a Ecologia Integral é também espiritual. Professamos com alegria e gratidão que Deus criou tudo com seu olhar amoroso. Todos os elementos materiais são bons, se orientados para a salvação dos seres humanos e de todas as criaturas. Assim, “Deus viu que tudo era muito bom!
Nós como católicos devemos adotar postura ativa para as necessidades da natureza, afinal a omissão também é um pecado. A natureza clama por socorro e o papel do homem é cuidar de todas as obras de Deus. Em 2025 somos convidados a refletir e a direcionar nosso período quaresmal e nossas ações de jejum, penitência e caridade à promoção da Ecologia Integral, prestando atenção que deixar de cuidar da nossa casa comun é um pecado que nos afasta de Deus e da sua criação. Vamos com esperança, contemplar e cuidar da nossa casa que é templo do Espírito de Deus.
Exemplo prático: reciclagem nas nossas casas, diminuir poluição, refletir sobre as diversas formas de agressão à ecologia como Sonares de navios podem causar morte de golfinhos e baleias; ilha de lixo.
Sugestão Bíblica: Gênesis 1, 1-31; Mateus 4, 1-11.
Sugestão de Músicas: Cântico das criaturas de São Francisco de Assis, Oração de São Francisco, Banquete Pascal.
Sugestão de dinâmica: Vídeo interativo com imagens da natureza devastada e discussão sobre os sentimentos após as imagens.
Sugestão de oração: Oração da CF 2025.
Material de apoio: livro da CNBB; via sacra.
24. FEV A 02. MAR – ORAÇÃO – ECOAR O AMOR DE DEUS: COMO AVIVAR A FÉ DAS PESSOAS
Objetivo
Estar em oração para identificar os sinais do amor de Deus em nossas vidas, além de levarmos o Cristo para as pessoas que nos rodeiam.
Texto
Quando temos um encontro profundo e pessoal com Deus e escolhemos caminhar na vida cristã, somos convocados à missão de levar o amor de Cristo para todos ao nosso redor. Dessa forma, nós enquanto cristãos e alpinistas, devemos estar em constante conexão com a nossa espiritualidade, atentos aos sinais do amor de Deus em nossas vidas.
Além disso, ao pensarmos em nossa Cruz do Ser Pessoa, percebemos que a intimidade com Deus transforma nossas vidas através do amor, que deve ser transmitido ao nos relacionarmos com as outras pessoas que cruzam nossos caminhos. Em muitos momentos, Deus nos envia para reavivar a chama que está dentro das pessoas ao nosso redor, através da evangelização e da nossa intercessão.
Portanto, é importante estar em oração constante e buscar estar conectado com Cristo, para que a nossa evangelização alcance, pela via do amor, o outro que está ao nosso lado. Que sejamos instrumentos do Espírito Santo para avivar a fé e a esperança.
Sugestão Bíblica: Lucas 22:32
Sugestão de Músicas: Teu amor, Ecoar, Deus, Farol de Deus
17.FEV A 23.FEV - COMPORTAMENTO – SER PRESENÇA É MUITO MAIS DO QUE ESTAR PRESENTE
Objetivo
Refletir sobre o que significa estar ativamente presente em nossas atividades cotidianas e sobre ser presença enquanto pessoas em clima de oração.
Ser presença X Estar presente
Nos dias atuais, nos confrontamos com o hábito de realizar muitas atividades ao mesmo tempo, quando estamos, por exemplo, assistindo uma aula enquanto enviamos uma mensagem, ou quando estamos reunidos com amigos e checamos demandas de trabalho. Situações como estas, frequentes em nossas vidas, levam ao questionamento: como estamos sendo presentes nos momentos importantes do nosso cotidiano?
A partir dessa pergunta, nos confrontamos com a diferença entre “estar presente” e “ser presença”. A primeira expressão pode ser interpretada aqui como estar participando de algo sem colocar sua atenção plena, seus afetos, seus dons e sua capacidade de reflexão no que está sendo vivenciado. Já a segunda, é possível de se entender como a capacidade de experienciar plenamente alguma situação, com a mente, o corpo e o espírito atentos ao momento.
Dessa forma, é possível refletir sobre a nossa Cruz do Ser Pessoa, e como essa dificuldade em nos manter atentos pode impactar também em como está nossa relação conosco, com Deus e com o outro, afinal, para buscar o equilíbrio desses fatores precisamos estar constantemente conectados com o momento presente, estando espiritualmente e mentalmente voltados a Deus.
Tendo isso em vista, como podemos ser, de fato, presença no nosso cotidiano para que o nosso carisma de Ser Pessoa em Clima de Oração transpareça em nossas atitudes?
Sugestão Bíblica: Efésios 5, 15-16.
Sugestão de Músicas: Todos os sinais, Tempo de Escutar, Identidade.
10.FEV A 16.FEV - TEMA LIVRE
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