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Entrevista: Ninha


1. Fale um pouco sobre a sua história no Movimento: Como entrou no Movimento? Quando fez encontro? Fez o encontro de que paróquia?

Já coordenou o Movimento? Quando? Quando se tornou Conselheiro?


Eu já frequentava a missa da Paróquia da Vitória há alguns anos quando ouvi o anúncio do encontro do Escalada. Tinha 17 anos e lembro que minha mãe me deu um “empurrãozinho” para eu ir até a Sacristia depois da missa pegar a ficha e me inscrever. Eu era muito tímida e, apesar de ter curiosidade e vontade de fazer o encontro, tinha muita vergonha de falar em público e interagir com desconhecidos.


Mas, depois dela insistir e argumentar que ia ser legal e que eu ia gostar, fui até lá e me inscrevi. Fiz o encontro em 2006, nos dias 5, 6 e 7 de maio. Foram dias que, de fato, mudaram a minha vida e eu lembro, com detalhes, de cada momento. Em 2012 fui convidada para entrar no GC (Grupo de Coordenação) e coordenei o Movimento no biênio 2017-2018. Apesar de fazer parte do grupo do Conselho desde 2017, pelo Estatuto me tornei Conselheira após o primeiro ano de coordenação.

2. Qual a importância do Movimento Escalada em sua vida, depois de tantos anos de dedicação a ele?


Todo mundo que faz o encontro do Escalada costuma dizer que a vida se resume a “antes do Escalada” e “depois do Escalada”. Comigo não é diferente. Já frequentava a missa, já tinha uma caminhada de fé e de Igreja, mas foi no Movimento que eu cresci e descobri minha missão. A ficha que eu preenchi não só aumentou minha fé e me trouxe alegrias, amigos, aprendizados, amor, amadurecimento... Também me apresentou um Deus amigo, que quer contar comigo e que me escolheu para estar ali. E também me tornou alguém que busca sempre melhorar, amar e servir. E o que é isso, afinal, senão uma mudança de realidade? A menina tímida e calada, ansiosa e insegura cresceu no Movimento e a partir do Movimento.


Hoje, adulta, olho para trás e vejo a importância que o Escalada tem na minha vida pessoal, familiar, profissional... O quanto faz parte de mim, da minha essência, do meu ser. Eu cresci e amadureci no Movimento, entrei uma adolescente, tímida e insegura, e me tornei mulher, profissional, consciente dos meus dons, das minhas qualidades e dos meus defeitos, buscando evoluir como pessoa, tendo Cristo, meu amigo, como norte e companheiro ao mesmo tempo. Minha vida realmente se resume a antes e depois do Escalada e o “depois” é significativamente melhor e mais feliz!


3. Escolha um ou dois momentos marcantes na sua vida dentro do Escalada. Nos conte com detalhes esta experiência.


São tantas emoções... hahaha! Difícil escolher só dois, mas vamos lá! O primeiro momento marcante que eu gostaria de compartilhar é a coordenação do 3o encontro de Lauro de Freitas. Lembro que quando os coordenadores do Movimento sugeriram meu nome eu pensei: “meu Deus, coordenar um encontro numa cidade que eu não faço parte, com pessoas que não conheço, um encontro missionário?!”. Eram várias perguntas e inseguranças que brotavam na minha mente e eu pensava que não daria conta. Estava acostumada com as pessoas de Salvador que eu já conhecia, as rotinas daqui, projetos etc. Aceitei pensando que era um chamado de Deus e eu não podia recusar. Achava que estaria servindo e doando meu tempo e meu amor. Pensei que ia “levar” e só ganhei. Recebi tanto, senti tanto a presença dEle em cada momento, ouvi Ele me falar diversas vezes e senti o amor dEle de uma maneira muito forte naquela missão especial. Fiz amigos queridos, renovei minha fé e minha motivação. Foi uma experiência maravilhosa: sair da zona de conforto, fazer um pouquinho pelo reino de Deus, amadurecer e vencer os obstáculos que a gente mesmo coloca pelos nossos caminhos. O “Renovar” foi um grande presente que Deus me deu. Uma verdadeira renovação de fé, de sentimentos, de força e de amor.

 

Outro momento marcante foi o primeiro CDC que participei como coordenadora, em agosto de 2017. Nesse CDC nós aprovamos o estatuto do Movimento e quem estava presente naquele final de semana sentiu muito forte a presença do Espírito Santo. Foi uma experiência incomparável e inexplicável. Tudo deu certo, nós nos entendemos e construímos juntos um documento importantíssimo, que era um sonho de muitos anos. Lembro como se fosse hoje da emoção e da gratidão que senti por estar ali, vivendo cada minuto daquela experiência. Foi lá também que tive um primeiro contato maior com líderes das outras cidades e aprendi muito com cada um que estava presente, principalmente sobre a importância da unidade dentro do Movimento. Esse momento foi ainda mais especial porque dividi com dois grandes amigos que a coordenação do Movimento me deu: Lu e Mané. Lu foi minha dupla de coordenação,

minha Maria, minha inspiração e exemplo.


Naqueles dias, eu percebi o quanto Deus estava me capacitando e me presenteando com a missão de coordenar o Movimento, ainda mais tendo uma grande amiga e referência de liderança ao meu lado. A serenidade, o amor e a forma de conduzir tudo de Lu me impressionavam (e me impressionam até hoje!) e me faziam querer ser como ela (ainda me fazem!). Coordenar o Movimento com Lu foi uma honra e uma imensa alegria e dividir aquele momento com ela foi um dos “pontos altos” dessa missão. Mané foi um porto seguro, uma fonte de conselhos, apoio, orientação, puxões de orelha e desabafos durante toda coordenação, especialmente naquele CDC. Mas, acima de tudo, foi e continua sendo um exemplo de amor e dedicação ao Movimento e a Deus. Aquele CDC ficará para sempre na minha memória e no meu coração, assim como tudo que vivemos e aprendemos lá.

4. O que mudou da sua visão a respeito do Escalada de quando você era jovem pra hoje?


Eu ainda sou jovem. Hahaha! Quando eu era adolescente queria viver tudo no Movimento, ir para todas as reuniões, coordenar, fazer parte do GC... Lembro que olhava os mais velhos com admiração e queria trilha o mesmo caminho. Ser convidada para participar do GC foi uma honra, coordenar meu primeiro encontro foi uma felicidade imensa, ser escolhida para coordenar o movimento, então, uma emoção inexplicável!

Olho para trás com um sentimento de gratidão, por ter a certeza de que muitos são chamados, mas poucos escolhidos, e cada momento vivido no Movimento foi essencial para minha formação e para o crescimento da minha fé. Tenho orgulho do caminho que percorri, mas tenho consciência que os ciclos se encerram e eu fiz meu papel dentro do Movimento. Sou conselheira - e serei sempre - e estarei sempre à disposição para o que o Movimento precisar de mim, mas tenho muito forte o sentimento de que não cabe mais ocupar espaços de liderança, de destaque, opinar sobre os rumos, decidir os caminhos. Acho muito bonito ver a ciranda girar, novas lideranças surgirem, os espaços serem ocupados. Tenho convicção de que todos são importantes, mas ninguém é insubstituível.


Então, o que mudou foi a vontade de ocupar espaços, de realizar, opinar, debater e decidir. No lugar desses sentimentos surgiu um novo olhar, uma maturidade de enxergar que os ciclos se encerram e o Movimento é feito por jovens e para jovens. Apesar de eu ainda ser jovem (hahaha), tenho noção do meu lugar e do meu papel a partir de agora. Repito: vou estar sempre à disposição para o que for preciso, serei sempre grata e terei sempre amor pelo Movimento, mas consciente que meu papel agora é outro! Fora essa mudança de visão e entendimento, continuo olhando “para os lados” e vendo amigos-irmãos, uma verdadeira família que ganhei. E olhando pra frente e vendo que o Movimento tem um caminho lindo a percorrer, com subidas e descidas, sempre mirando em Cristo e tendo Ele como companheiro nessa missão de evangelizar e apresentar um Deus amigo, que é puro amor, para os jovens.

5. Quais são os desafios que você acha que o Escalada tem que conquistar no futuro? Quais os próximos passos a serem dados?


Acho que o maior desafio é não perder a essência. Crescemos muito e acho que temos que buscar evangelizar cada vez mais, “ensinar a viver a palavra, ser igreja sem hora marcada”. Apesar de termos facilitadores que antigamente não existiam, como a tecnologia, temos novos obstáculos também, não é fácil. Para mim o principal e o que deve ser conquistado é mostrar, com exemplos e obras, que a razão de tudo é o amor. Os próximos passos a serem dados vão ser inspirados pelo Espírito Santo, como sempre foram, e o Movimento deve sempre agir por Cristo, com Cristo e em Cristo. Dessa forma, tudo sempre dará certo e até o que não der, vai ser para o bem do Movimento!


6. Escreva em uma frase, apenas uma frase, o que é o Escalada para você.


O Escalada é um convite para uma nova vida, uma experiência de amor intensa e incomparável, um chamado de Deus, que nos ama e nos quer por perto, para descobrirmos a nossa missão e sermos felizes.


7. Você já indicou o Escalada pra alguém? O que você falaria ou já falou pra convencer alguém a fazer um encontro do Escalada?


Muitas pessoas! Minha irmã, Bia, fez o encontro por indicação minha, meus pais, Paulo e Luciana, se tornaram tios e alpinistas por minha causa. Já indiquei pra minha prima Let e vários amigos, além de Léo, meu noivo. Sempre digo a verdade: vale a pena, é uma experiência única, que muda nossa vida para melhor e eu não conheço ninguém que tenha feito o encontro e não tenha gostado. Sempre falo que não sou eu que estou convidando, é Deus que está chamando. Todas as pessoas que seguiram meu conselho, sempre me agradeceram depois. E eu sempre disse: não fui eu, foi Ele, fui um mero instrumento. Acredito muito nisso!.




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