Tema: “O rosto jovem da Igreja para os jovens e para o mundo”
Todos os anos, é proposto, pelo nosso Assistente Eclesiástico, um tema a ser pensado, refletido, rezado e partilhado por todos nós, alpinistas. No ano de 2019, Padre Mané nos apresentou o tema “Guiados pelo Amor, somos chamados a ser Igreja na estrada dos nossos irmãos”, em sintonia com o Sínodo para a Juventude convocado pelo nosso Papa.
Em seu texto, Mané lembra que o documento redigido após o Sínodo nos remete à passagem bíblica chamada “Os discípulos de Emaús”, presente no Evangelho de São Lucas.
Esse trecho bíblico nos conta a história de dois discípulos que voltavam de Jerusalém até a sua cidade de origem – Emaús – três dias após a crucificação do Cristo. Durante o trajeto, um terceiro homem se aproxima e inicia uma conversa com os dois a respeito dos últimos acontecimentos. Apesar de sentirem arder o coração enquanto ouviam-no, os discípulos não perceberam que o homem que caminhava com eles era o próprio Jesus ressuscitado.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia adiante, mas os dois discípulos convidaram e insistiram para que ele permanecesse e ceasse junto a eles. Após sentar-se à mesa, Jesus tomou o pão, pronunciou a benção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, eles abriram os olhos e reconheceram-no como o Cristo ressuscitado.
Naquela mesma hora, mesmo cansados da viagem, levantaram-se e partiram sem demora em direção a Jerusalém para anunciar aos demais que o Senhor havia ressuscitado. Obviamente que a remissão a essa passagem bíblica não foi uma coincidência (Aliás, existe coincidência?).
Muitas vezes, enquanto caminhamos na “nossa estrada”, enquanto vivemos (porque a “estrada” pode ser entendida como uma metáfora para a vida), não percebemos a presença de Jesus ao nosso lado, assim como os discípulos de Emaús. Como estamos cegos à sua presença, questionamos o porquê de todas (e tantas!) “pedras” em nosso caminho. E como fazer para curar a “cegueira” e “enxergar” a presença de Jesus? O primeiro passo é estar disposto a “abrir a porta”. Jesus não “arromba portas”. Ele espera pacientemente o momento que será convidado a entrar e cear com o anfitrião.
A Escalada que nos tornou alpinistas foi para muitos essa “abertura de porta”, esse “abrir os olhos” da passagem bíblica. Foi quando, tomados por uma profunda paz e intimidade, sentimos arder o coração e percebemos o Cristo como um amigo com quem poderíamos (e podemos) conversar “durante a estrada”, um amigo em que se pode confiar, acreditar e dar as mãos.
E, a partir dessa “abertura de olhos”, fomos e somos todos os dias convidados a partir apressadamente, ao seu serviço, como também fizeram os discípulos de Emaús. Devemos nos colocar na “estrada”, na vida, do próximo! Acolher, ouvir, ter e agir com empatia, levando a Palavra ao nosso próximo.
Afinal, nós alpinistas, somos rosto da Igreja e fomos escolhidos a cumprir uma das mais nobres tarefas: “descer para melhor servir”.
Momento Projeto de Oração, Salvador, 01 de dezembro de 2019