Teresinha, Dulce e o rosto jovem da Igreja
Hoje, 1º de outubro, a Igreja celebra a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus. Teresinha perdeu a mãe quando tinha 4 anos e aos 14 anos decidiu entrar para a Ordem das Carmelitas Descalças e, sem a idade mínima permitida, recorreu ao próprio Papa Leão XIII que permitiu a sua entrada para a ordem mesmo sendo tão jovem.
De saúde frágil desde a infância, Teresinha morreu com 24 anos vítima de tuberculose. Apesar do pouco tempo de vida, Teresinha revelou ao mundo que a santidade pode estar nas pequenas coisas, nos pequenos gestos que fazemos com amor.
Ela dizia: “Sigamos o caminho da simplicidade. Entreguemo-nos com todo o nosso ser ao amor. Em tudo busquemos fazer a vontade de Deus.” Em seus escritos, Teresinha ensina a teologia profunda da simplicidade: um caminho de santidade baseado nos pequenos atos do cotidiano que, quando feitos com amor, produzem frutos de santidade. Ela dizia que não tinha forças para fazer as grandes obras heroicas dos santos famosos da Igreja e que só conseguia fazer pequenas coisas. Mas nessas pequenas coisas estava o segredo de sua santidade.
Dentro de 13 dias, a Igreja irá reconhecer a santidade de outra jovem com história muito parecida com a de Teresinha. Maria Rita Lopes Pontes perdeu sua mãe aos 6 anos e aos 13 ela começou a manifestar o desejo de se dedicar à vida religiosa. Uma das inspirações para o discernimento de sua vocação foi a vida da própria Santa Teresinha: “A exemplo de Santa Teresinha, penso que todos os pequenos atos de amor, por menores que sejam, agradam ao Menino Jesus”.
Acabou sendo recusada pelo Convento de Santa Clara do Desterro, em Salvador, por ser jovem demais e a pedido de seu Pai voltou a estudar para se tornar professora primária, para então entrar na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus (mesma Congregação do nosso Dom Amando!) em Sergipe aos 18 anos. Foi nessa ocasião, que Maria Rita adotou o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua falecida mãe.
Dulce também tinha uma saúde debilitada: por causa de um enfisema pulmonar, ela tinha 70% da capacidade respiratória comprometida e chegou a pesar apenas 38 quilos. Apesar da aparente fragilidade do seu corpo, o amor que ela sentia pelos seus pobres a tornava uma gigante defensora dos que mais precisavam. Aqueles que tiveram o privilégio de conviver com ela são unanimes em relatar a força, a tranquilidade e o amor que ela transmitia a todos os que a cercavam, independente de raça e condição financeira.
Assim como Teresinha, Dulce alcançou a santidade graças aos pequenos atos diários de amor: no acolhimento cotidiano de cada doente, na incansável defesa dos mais necessitados e na promoção de educação pública voltada para operários e filhos de operários.
Para nós alpinistas, Teresinha e Dulce são exemplos de que não há idade para amar e servir e que devemos desde agora assumir essa vocação de ser o rosto jovem da Igreja. Que elas sirvam de inspiração para que possamos concretizar no nosso dia-a-dia o amor de Deus em cada pequena ação.
São elas (e devemos ser também) o rosto jovem que a Igreja tem (e quer continuar a ter)!