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PARTILHA DO ALIMENTO E DO PÃO DO CÉU



Irmã Violeta se considera alguém apaixonada "por Jesus, pelas pessoas e pela vida". As roupas que veste traduzem a sua espiritualidade. O cordão representa o carisma franciscano, a cor preta simboliza o carisma passionista (o luto pela Paixão) e a cor cinza está associada à penitência. Assim, Irmã Violeta abraça a sua missão, sem fazer parte de congregação ou ordem religiosa.

Na Casa do Encontro e Oração, localizada na Baixa do Bonfim, em Salvador, abriga as pessoas que necessitam de cuidado. Pessoas com biografias marcadas pelo sofrimento e pela exclusão social encontram no lar fundado por Irmã Violeta o acolhimento e o amor que Jesus Cristo pregou para a humanidade. Na celebração dos 40 anos do Movimento Escalada, decidiu compartilhar parte do aprendizado que tem vivenciado. Aos alpinistas, deixa uma mensagem, adaptada de um texto que circula na internet:

“Os jovens são cheios de sonhos e ideais. ‘Que o Movimento Escalada’ não largue mão dos seus sonhos, pois se eles morrem, a vida se torna como pássaro de asa quebrada que não pode voar.” autor desconhecido

Artigo:

Como tenho aprendido sobre partilha e comunhão com os irmãozinhos que diariamente passam pela Casa do Encontro e Oração.

Estávamos acolhendo por algum tempo uma senhora chamada Quitéria que tem problemas mentais e sua filhinha Edileuza de 11 anos. A mãe tinha sido muito machucada por seu companheiro que a obrigava a pedir esmolas e quando ela voltava sem a quantia ou alimentos que ele queria, ele a espancava. Elas ficaram aqui enquanto buscávamos uma solução para aquela triste situação.

Um dia estávamos nos preparando para a refeição da manhã, que seria café e alguns pães, quando chegou no portão um irmãozinho chamado Robson, de 13 anos, que queria compartilhar o café conosco. Perguntei se ele poderia conseguir mais pães para somar ao pouco que tínhamos. Então, ele me pediu para segurar os dois pãezinhos de queijo que ele tinha e disse que voltaria já.

Enquanto isso, um frade amigo chegou para tirar algumas dúvidas de inglês e ficamos conversando um pouco. Naquele instante, Robson chegou com duas sacolas de pão fresquinho. Ele tinha ido pedir dinheiro nas casas para comprar o pão. Enquanto ele pedia, encontrou-se com Nilton, um adolescente revoltado que se sente muito discriminado por ser homossexual. Robson disse a ele que Irmã Violeta não tinha nada para tomar café e ele foi a um abrigo de idosos conseguir biscoitos.

Os dois jovens estavam felizes e colocamos todo aquele alimento, fruto da bondade de Deus, em comum. Quando fui devolver os dois pãezinhos de queijo para Robson, ele disse: “É para a senhora, irmã”. Então, parti aqueles pãezinhos e entreguei aos irmãos que estavam à mesa. Éramos sete. Enquanto comia o pedacinho de pão, o frei me disse que nunca mais poderia esquecer aquele encontro. Foi o pão mais partilhado que ele tinha comido na vida.

“Quando fui devolver os dois pãezinhos de queijo para Robson, ele disse: “É para a senhora, irmã”. Então, parti aqueles pãezinhos e entreguei aos irmãos que estavam à mesa. Éramos sete. Enquanto comia o pedacinho de pão, o frei me disse que nunca mais poderia esquecer aquele encontro.”

Essas e outras situações semelhantes são frequentes nesta casa que é de todos, que é de Deus. É a casa que sempre vai acolher as plantinhas, os bichinhos e os filhinhos do Pai querido.

Durante todos estes anos, tantos filhos e filhas têm passado por esta casa, por nossas vidas. Tantos chegam pela carência do pão material e inúmeras necessidades a serem supridas. Outros são atraídos pela presença que irradia do Sacrário e se espalha por toda a parte. Presença que é sentida nos rostos, olhares, e gestos de todos. Entre eles, o Senhor chamou a uma cumplicidade toda particular o Grupo Família que durante anos tem caminhado conosco em uma profunda identificação de sentimentos e sonhos. Eles partilham conosco seu tempo, seus dons e suas vidas.

Como fruto belo e saboroso da presença desse grupo que vive tão bela experiência de Deus, temos também muito pertinho de nós o Movimento Escalada, com toda a sua alegria e dinamismo próprio dos jovens que constantemente frequentam a casa e realizam diversos serviços de acolhimento, limpeza e partilha de alimentos. Nesta bonita partilha, sou constantemente convidada a dividir as minhas vivências com estes jovens em encontros, retiros e reuniões. Como é maravilhoso os filhos e filhas de Deus viverem juntos como irmãos.

Ir. Violeta


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