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Palavra do Alpinista - Jacó



Perdoar é viver e testemunhar a fé num Deus que é amor! O ato de perdoar é algo processual. É, portanto, através do movimento do tempo que aquilo que doía tanto passa a doer menos. Se dispor a perdoar alguém ou a pedir perdão já é o começo do estado de graça. Mas, é preciso avançar. É preciso ir além da disposição, seguir o que Cristo nos propõe. Ultrapassar as barreiras do orgulho e limpar o coração, elevar a alma, vivencia o perdão.

Na sua passagem por aqui, Jesus Cristo chega a ser radical em relação ao perdão, nos deixa claro que devemos dar a outra face e nos lembra que esta conta só fecha quando multiplicamos 70 por 7.

A experiência de Deus não nos torna pessoas insensíveis. Continuamos sentindo mágoas, nos ferindo por palavras ditas e não ditas. Mas, quem conhece Jesus tem a certeza plena de que é possível desenvolver uma imunidade espiritual através da oração e da meditação. Tem-se a ideia de que os que amam a Deus continuam sentindo, vivenciado e experimentando, mas, com uma capacidade diferente de conviver com tudo isso. Ter Deus é a diferença em todos nós.

No silêncio do nosso coração é necessário nos dar o tempo para que a oração atue e faça efeito através da atitude de perdoar e da graça de ser perdoado. O tempo é, neste processo metabólico, um ingrediente fundamental e insubstituível. Não há como evitar o tempo, não há como desrespeitar os prazos da experiência.


Todos nós temos o direito de sofrer, de conviver com a mágoa. Por incrível que pareça, em algumas situações até nos faz bem. Mas, é preciso administrar o tempo deste sofrimento. Permanecer sofrendo exageradamente é abandonar a oração e não se dá o próprio direito de recomeçar e retomar o caminho da felicidade. Quem tem uma experiência profunda de Deus cria uma imunidade espiritual que catalisa o tempo para perdoar e ser perdoado. É o mesmo movimento da abertura do mar. Neste caso, em vez de pessoas passarem, passa o coração, em direção a uma libertação e a uma vida com menos sentimentos negativos.

O ódio e o rancor não fazem mal ao outro. Prestemos atenção: Fazem mal a quem sente. É o efeito contrário. Como numa vacina que em vez de nos proteger, nos infecta. Não, definitivamente não dá para não perdoar. Jesus foi claro: 70 x 7. Não tem jeito. Permita-se.

Victor Lopes (Jacó) - 11ª Escalada em Jacobina - PACTO


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