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Tema Anual

2022

COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO COMO EXPRESSÃO DE UM CAMINHO SINODAL

“Eu piso forte nesse chão de amor...”

Embora cantemos na 1ª pessoa do singular, sabemos que o nosso pisar forte no chão de amor da história não é individual, embora seja pessoal. Na verdade, pisamos forte por caminharmos juntos. Juntos a Deus e juntos entre nós. Caminhamos juntos, pé a pé, pois somos Povo de Deus rumo à Terra Prometida. Caminhamos juntos, pois foi e é assim que Deus quer desde quando nos criou para a vida em comunidade e, muito especialmente, quando Jesus escolheu 12 apóstolos e formou comunidade, Igreja.

O Caminho Sinodal, essa expressão tão antiga e tão nova para nós significa, simplesmente isso: caminhar juntos. Não apenas caminhar em paralelo, mas caminhar, ouvindo e enxergando o outro e os outros.

Essa é a proposta do Papa Francisco ao convocar o próximo Sínodo dos Bispos, sobre a Sinodalidade. E ele já faz Caminho Sinodal no processo de preparação para o Sínodo, quando convoca a Igreja Universal para um grande momento de escuta. No caminho, somos chamados a nos escutar, escutar o irmãos de caminhada, escutar o que a sociedade pensa sobre nós. Um grande e fecundo exercício de humildade, um grande e fecundo caminho de conversão.

“Aquilo que o Senhor nos pede, de certo modo está já tudo contido na palavra ‘Sínodo’. Caminhar juntos – leigos, pastores, Bispo de Roma – é um conceito fácil de exprimir em palavras, mas não é assim fácil pô-lo em prática", disse o Papa Francisco sobre o conteúdo profundo da palavra sinodalidade.

Estamos, portanto, vivendo esse tempo de preparação quando devemos aprimorar a nossa capacidade de escuta daqueles que caminham conosco, de dentro e de fora, sem receio das mudanças que possam advir desse escutar amoroso.

“As vezes caio mas eu me levanto...”

 Não existe caminhar sem correr riscos. O caminhar juntos do Povo de Deus comporta dúvidas, crises, quedas e atalhos nem sempre seguros. O caminho carrega as contradições dos caminheiros. Nem por isso podemos temer a alegria do estar juntos, de perceber em comunhão as belezas e dificuldades da estrada, numa inter ajuda que configura o ser cristão.

Em cada queda, um oportunidade para aprender, levantar e viver melhor, segundo o Evangelho. Necessário se faz averiguar com honestidade os motivos da queda, as motivações que fizeram desviar do caminho ou as raízes das crises que, vividas na fé, se tornam partos de novas possibilidades.

“Sou cantador, eu sou pastor de estrelas. Tanjo rebanhos nos raios da lua...”

O caminhar juntos, a sinodalidade, é que permite a Igreja anunciar o Evangelho em todos os tempos e quer permitir no hoje da história um anúncio ainda mais dialogal com as pessoas dos nossos dias:

“Como se realiza hoje, aquele ‘caminhar juntos’ que permite à Igreja anunciar o Evangelho, em conformidade com a missão que lhe foi confiada; e que passos o Espírito nos convida a dar para crescer como Igreja sinodal?”

Aqui está a pergunta fundamental que precisamos nos fazer nesse ano de 2022. O que significa, no hoje da história, esse caminhar juntos para que possamos viver em comunhão, servir com participação na fidelidade a missão dada a Igreja por Jesus Cristo.

Não é teórico e abstrato. É muito concreto. Onde falhamos na Comunhão e Participação e, consequentemente, na Missão? Onde não estamos? Para quem, ainda, não falamos sobre Jesus? Escutar-se e escutar é exigente, acima de tudo, pela possibilidade de ouvir o que gostaríamos.

Com poesia e luta, ternura e vigor, precisamos avançar.

“E pra viver tem que chorar, e pra viver tem que crescer. E pra viver a gente luta a gente apanha, a vida ensina as manhas da gente sobreviver.”

“Não caminhamos sós. Conosco e entre nós, nos ensinando as manhas, o Espirito Santo caminha conosco e Nossa Senhora do Escalada nos protege das emboscadas do caminho.

Pe. Manoel de Oliveira Filho – Mané

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